Na madrugada de hoje, 14 de fevereiro, moradores de São Paulo e Rio de Janeiro foram surpreendidos por um alerta de terremoto emitido pelo Google.
A mensagem, enviada para celulares com sistema operacional Android, gerou dúvidas e preocupações, já que tremores de terra são eventos raros nessas regiões.
Mas como funciona esse sistema de alerta? E por que ele foi acionado? Vamos explicar de forma simples e acessível.
O terremoto realmente aconteceu?
Muitos usuários de celulares Android receberam, por volta das 2h20, uma notificação informando sobre um possível terremoto no mar, a 55 km de Ubatuba.
O alerta foi emitido pelo Sistema de Alertas de Terremoto do Android, uma ferramenta desenvolvida pelo Google para detectar e avisar sobre tremores de terra.
Apesar de o Brasil não ser um país com alta atividade sísmica, o sistema foi acionado devido a vibrações detectadas pelos sensores dos celulares.
Por outro lado, às 3h10, a Defesa Civil de São Paulo informou que não emitiu nenhum alerta de terremoto. Além disso, as equipes das defesas civis municipais também não registraram nenhuma ocorrência relacionada a tremores.
Como funciona o Sistema de Alertas de Terremoto do Android?
O Sistema de Alertas de Terremoto do Android usa os celulares como pequenos sensores de movimento.
Quando um celular com sistema operacional Android detecta vibrações que podem indicar um terremoto, ele envia esses dados para um servidor central do Google. Lá, as informações são analisadas em tempo real.
Se vários celulares na mesma região detectarem vibrações semelhantes ao mesmo tempo, o sistema “entende” que pode estar ocorrendo um terremoto e emite um alerta para os usuários daquela área.
Essa tecnologia é especialmente útil em países como o Japão e os Estados Unidos, onde terremotos são mais comuns.
No entanto, o sistema também está ativo em outras partes do mundo, incluindo o Brasil, onde pode ajudar a identificar eventos sísmicos raros ou até mesmo falsos alarmes, como o que ocorreu em fevereiro.
Por que o alerta foi emitido no Brasil?
O Brasil está localizado em uma área tectonicamente estável, o que significa que terremotos fortes são extremamente raros.
No entanto, pequenos tremores podem ocorrer, especialmente em regiões como o Nordeste e o Sudeste, onde há falhas geológicas.
No caso do alerta emitido em São Paulo e Rio de Janeiro, é provável que o sistema tenha detectado vibrações que foram interpretadas como um possível terremoto, mas que, na realidade, podem ter sido causadas por outras fontes, como obras, explosões ou até mesmo o tráfego intenso de veículos.
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A importância do sistema de alertas
Apesar do alerta não ter sido confirmado como um terremoto real, ele mostra como a tecnologia pode ser útil para proteger a população em caso de eventos naturais imprevisíveis.
Em países onde terremotos são mais frequentes, esses alertas podem dar às pessoas segundos ou até minutos preciosos para se protegerem, buscando abrigo ou se afastando de áreas de risco.
No Brasil, onde a cultura de preparação para terremotos não é tão difundida, o sistema serve como um lembrete de que a tecnologia pode ser uma aliada importante na prevenção de desastres.
Além disso, ele ajuda a conscientizar a população sobre a possibilidade, mesmo que remota, de eventos sísmicos.
Como o Google coleta e usa os dados?
Para que o sistema funcione, o Google coleta dados dos acelerômetros presentes nos celulares Android.
Esses sensores são capazes de detectar movimentos e vibrações, e são os mesmos usados para funções como girar a tela do celular ou contar passos em aplicativos de fitness.
No caso do sistema de alertas de terremoto, os dados são coletados de forma anônima e agregada, ou seja, não é possível identificar o usuário específico que enviou a informação.
Vale ressaltar que o sistema é opt-in, ou seja, os usuários precisam concordar em compartilhar seus dados para que ele funcione.
Limitações do sistema
Embora o Sistema de Alertas de Terremoto do Android seja uma ferramenta poderosa, ele não é infalível.
Como vimos no caso do alerta emitido em São Paulo e Rio de Janeiro, ele pode ser acionado por vibrações que não estão relacionadas a terremotos.
Além disso, em áreas com poucos usuários de Android, a detecção pode ser menos precisa, já que o sistema depende da quantidade de celulares conectados.
Outra limitação é o tempo de resposta. Em regiões muito próximas ao epicentro de um terremoto, o alerta pode chegar quase ao mesmo tempo que o tremor, o que reduz sua utilidade prática.
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Aplicativos para Detecção de Terremotos
Além do sistema do Google, existem outros aplicativos que prometem detectar terremotos e enviar alertas. Esses apps podem ser úteis para quem deseja se manter informado sobre atividades sísmicas, especialmente em regiões onde tremores são mais comuns. Aqui estão três sugestões:
- MyShake: Desenvolvido pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, o MyShake usa o acelerômetro do seu celular para detectar terremotos. Ele também fornece alertas em tempo real e informações sobre tremores recentes. O aplicativo é gratuito e está disponível para Android e iOS.
- Earthquake Network: Este aplicativo cria uma rede de detecção de terremotos usando os sensores dos celulares dos usuários. Ele envia alertas em tempo real e permite que os usuários compartilhem informações sobre tremores. O Earthquake Network é gratuito e está disponível para Android.
- QuakeFeed: Este aplicativo oferece uma visão global dos terremotos recentes, com mapas interativos e detalhes sobre a magnitude e localização dos tremores. Ele também envia notificações para eventos sísmicos significativos. O QuakeFeed está disponível para iOS e é gratuito, com opções de compras dentro do app.
O alerta de terremoto que atingiu moradores de São Paulo e Rio de Janeiro nesta madrugada pode ter causado surpresa, mas também serviu como um exemplo de como a tecnologia está avançando na área de prevenção de desastres.
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